quinta-feira, 24 de setembro de 2009


Até a cobardia devia ter limites. É impressionante a atitude cobarde e ridícula daquele que supostamente é o mais alto representante da nossa nação, se assim se comporta o mais alto o resto só pode ser muito baixo. Cada vez mais acho que não teremos saída nem solução. A podridão instalada é demasiado abrangente e move-se em todos os quadrantes sem vergonha ou oposição.


Tivemos uma campanha ridícula, regrada pelos ataques pessoais e pelo mal dizer, por casos com maior ou menor gravidade, que assumiram um papel determinante quando nunca deveriam ter deixado de ser secundários. E o estado do País?
-O desemprego? que todos sabemos que é infinitamente superior aos números oficiais;
-O défice? que no mínimo será o triplo do do ano passado;
-As grandes obras públicas? que com o cada vez menor numero de estrangeiros a vir para Portugal provavelmente nunca serão acabadas;
-O facto de cada vez estarmos pior classificados nos rankings da UE? sendo mesmo ultrapassados por países que ainda ontem eram considerados de terceiro mundo;
-o interior do País? cada vez mais deserto e abandonado, contribuindo assim para a catástrofe de excesso de população dos grandes centros urbanos.
-E claro essa besta negra a Justiça, ainda alguém se lembra do caso Casa Pia? Ainda alguém acredita numa justiça que demora anos a condenar ou ilibar alguém, quando condena para ser pedido um recurso que provavelmente demorará o tempo suficiente para que o caso prescreva.

É este o estado da nossa casa, é assim que estamos. Mas temos três ou quatro dos maiores centros comerciais da Europa e o magalhães, alegre-se quem acha que são sinais de desenvolvimento.

Voltando ao inicio só umas palavras a esse senhor: A sua atitude cria grandes duvidas, e se não queria intervir na campanha eleitoral, tenho muita pena em dizer-lhe, mas interveio e da pior maneira possível porque definiu o resultado.
-Se isto fosse futebol poderíamos dizer que o jogo estava empatado em tempo de compensações e o arbitro (o senhor Aníbal) agarrou na bola meteu-a dentro da baliza do PSD, validou o golo e apitou para o fim do jogo.

Agora há dúvidas que não param de me assombrar, qual foi a sua intenção? Porque as leituras que posso fazer deste incidente em nada o beneficiam:

-Primeira hipótese o senhor está xé-xé, (é famosa a sua paranóia por segurança, quando era P.M. a sua mulher ia dar aulas na Universidade Católica rodeada de segurança e numa sala que tinha os vidros blindados, por sua exigência) criou esta história toda, e quando o PS apertou o cerco e lhe exigiu explicações, o senhor borrou a cuéquinha toda, e no desespero da cobardia queimou vinte anos de cooperação e lealdade atirando Fernando Lima á fogueira.

-Segunda hipótese o senhor, tem alguma dívida ou interesse com o PS, e garante a vitória deste a menos de uma semana das eleições para mais tarde receber os seus dividendos.

-Terceira hipótese acreditamos que Cavaco está bom da cabeça põe-se novo problema, ou o senhor pretende ter relações cordiais com um governo que o andou a escutar, e agora reeleito se vai sentir ainda mais no direito de o fazer, ou quis penalizar sériamente alguém no PSD e o próprio partido por terem engendrado tal notícia.

Porque vejamos friamente as coisas, este caso começa na imprensa não interessa com que propósito, o senhor Presidente se realmente não quer interferir, manda o senhor Fernando Lima afastar-se (umas férias, ou uma constipação de uma semana, com o medo da gripe A não seria estranho) porque até tem quem o substitua, e na segunda feira a seguir ás eleições demite-o. Isto partindo do princípio que o senhor Fernando Lima é parte integrante da confusão mas há suspeita que há outros envolvidos. Agora pode-se dar o caso de Fernando Lima ser o único culpado e aí só teria de demiti-lo e dizer ao País porque o tinha feito.
Esta atitude cobarde e ridícula de terrorismo eleitoral não pode ser compreendida por ninguém de bom senso, além de que, se a origem do problema vem de algum dos partidos que vai a eleições os Portugueses teriam o direito de saber em quem irão votar.

e agora senhor Presisente...

sexta-feira, 3 de julho de 2009


Sei que não nasci para escrever, mas neste momento a revolta é tanta que tem de sair de qualquer maneira, e esta á aquela, onde o grito se pode ouvir mais longe.
Estou a trabalhar e numa pausa para viajar pelo mundo e diminuir o stress fui à net, de repente num site de noticias, li uma que me deixou chocado:


Maria João Pires renuncia à nacionalidade portuguesa.


Isto tudo porque Maria João Pires, quis fazer um projecto, em Belgais (distrito de Castelo Branco), para educar as nossas crianças o que num País liderado por "quase gente" deve ser a coisa mais parecida com um crime que se pode fazer.
Ok, não sei exactamente todos os contornos do sucedido, mas passa por algo como atraso nos apoios do Ministério da Cultura e falta de pagamentos á segurança social e ás finanças. Mas o que é que isto importa quando uma das melhores pianistas clássicas da actualidade monta um projecto para desenvolver a cultura de uma zona já por si abandonada.
Claro que não há grande interesse em daqui a dez quinze anos termos uma mão cheia de músicos de referência a nível mundial, isso não vende Magalhães, e mesmo que assim não fosse só o facto de haver jovens a ser educados atravéz da música, não dos morangos com açúcar e da playstation é para mim benesse suficiente para se tentar chegar a uma solução que viabilizasse todo este projecto.

Ainda não estou em mim e a minha cabeça não pára de pensar no assunto, e lembro-me de uma coisa, num país onde tão avidamente se discute a naturalização do Liedson ou do Deco, em que Nelson Évora, Naide Gomes ou Francis Obiqwelo foram um bem maior para o nosso atletismo. Vamos perder um "Maradona" do piano, só porque esta "quase gente", que nos governa, não sabe o que é cultura e não quer com certeza que os outros saibam.

Estamos condenados a ser fãs do Tony Carreira, a ver figurantes de quinta categoria a representar em novelas com argumentos fatelas, obcecados com um futebol de qualidade duvidosa com dirigentes taberneiros. Estou certo que com esta "quase gente" arrogante e ridícula a governar-nos e a fazer caretas na assembleia da republica, quando se dignam a lá aparecer nunca seremos mais que nada.

Peço-lhe sinceramente desculpa Maria João Pires, desculpa por ser Português. Espero que reconsidere e que nunca deixe de ser Portuguesa jamais um País poderá renunciar um talento como o seu, e com toda a certeza pode renunciar á cidadania mas Portugal nunca se há-de renunciar a si.